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sexta-feira, 13 de abril de 2012


Ela se entregou a ele sem pensar duas vezes. Com a alma leve, a chuva caindo pouco a pouco em seu rosto, molhando os fios pesados de seu cabelo ondulado, que agora parecia apenas uma grande cortina ensopada. Sentiu cada parte do corpo tremer pelas gotas gélidas e torrenciais que caíram assim que percebeu estar parada, o vendo caminhar para longe. O corpo gritava, pedia, implorava. Mas, sua capacidade de se humilhar já havia acabado, não conseguia mais, não podia mais... mas, o fez. Disse seu nome, em alto e bom som. Ele por sua vez, não imaginava vê-la pedir por ele assim, com tanta facilidade. Apesar dela dizer que se humilhara demais por ele, ela nunca o pedira mais que uma vez quando estava mais do que de cara cheia. O corpo dele tremeu ao ouvi-la verbalizar um pedido tão estridente, por ela, ele faria qualquer coisa. Ele a queria tão próxima quanto poderia, pois queria mais que nunca poder tocá-la de um jeito protetor, íntimo. Ele não queria precisar pedir por isso, esperaria ela pedir mesmo que isso fosse impossível, só não imaginou que ao dar o basta em tudo, inclusive naquela amizade ioiô, ela fosse inesperadamente correr para ele, por ele. Para ela, tudo aquilo não passava de ser clichê demais. Uma briga, uma queda de chuva torrencial, um cara indo embora, e a idiota correndo atrás. Mas, fora involuntário e ela não se arrependera um segundo das palavras que pronunciou tão alto quanto as trovoadas que estralavam o céu acompanhadas de raios medonhos. Sentiu o coração apertar, o ar faltar e os lábios grudados nos seus. Corpos molhado, quentes debaixo de uma chuva que chegava a machucar a pele de tão forte. Com frio, acolhida e segura, sentiu-se ilhada pela água que subia seus joelhos e o viu encará-la com tanta cautela que sentiu-se insegura e, de repente, acordada. Fora apenas fruto de sua imaginação e quando se deu conta, sentia-se ilhada até o pescoço, não mais por chuva, mas por lágrimas.

Beta Nate

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