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quinta-feira, 21 de julho de 2011


Eu não consigo mais falar.
Se eu disser mais uma única palavra eu desabo.
Choro, esperneio e entro em desespero e não posso.
Mas, eu quero conversar, preciso.
Eu não to bem.

Beta Nate


A cólica viceral que a domina, transforma sua agonia em certeza.
Só aquela dor que atravessa os limites físicos de seu pequeno e frágil corpo denunciam o problema.
O diagnóstico de tempos estava enfim confirmado, aquilo que ela nunca acreditou está tão aparente e pulsante em seu ventre que ela mal conseguia respirar.
Érica nunca pensou em admitir a esterelidade, nunca pensou em admitir a infertilidade.
Doía em seu ventre com tanta força, que ela contraia as mãos formando nós brancos e ossudos expostos nos dedos.
Seu suor frio e incessante escorria livremente causando uma aparente desespero.
Acabara enfim seu sonho pela maternidade e mais ainda, sua vontade de viver.

Fragmentos Fotográficos - Beta Nate


Faz tempo que eu não escrevo sobre você. Faz tempo que eu não falo com você como gosto, como me sinto bem.
Coisas aconteceram comigo e contigo. Sou cabeça dura, sou estranha, sou nitidamente algo incontrolável.
Sabe aquele trem que sai dos trilhos e desgoverna matando milhões? Eu sou esse trem, me parar é impossível, me deixar quietinha é menos possível ainda.
Eu fiquei um tempo vacilante, fiquei um tempo te deixando bem insegura, isso mesmo que nunca tenhamos conversado eu sei. Tudo o que eu digo ou faço é consciente, nada sai sem querer.
Deve ser difícil para você conviver e tentar aceitar tudo o que sai da minha cabeça e acaba descarrilando para cima de quem quer estar ao meu lado.
De fato, eu não peço que ninguém me acompanhe ou esteja comigo. Decisão sua ser minha amiga, forma os laços que formamos. Eu não dispenso, mas não dou a devida gratificação esperada.
Talvez por isso você ainda esteja aqui, por perto e ao mesmo tempo tentando manter tudo como era antes.
É engraçado pensar em como éramos no início, você cheia de medos, eu querendo ajudar, mas sem muita fé em uma amizade assim, à distância.
De repente nos tornamos isso, Bia&Beta, Adami&Nate. Parece até que nascemos para ficarmos juntas e nossa, não acredito em destino, ou coisas sem explicação. Aconteceu por um motivo, criamos os tais laços por um motivo muito maior, algo que espero descobrir logo, antes que os laços desatem.
Não quero que pense que não me importo com você, mas se pensar, sabe que eu também não vou fazer nada a respeito. Não preciso que acredite em mim, nem que me ame, ou respeite, ou admire, sabe disso. Não quero ser seu orgulho, nem que tenha expectativas. Nunca quis isso, não mudei.
Mas, eu te amo sim e isso basta para nos manter amigas, para manter uma das melhores relações que tenho.
Estranho o texto, eu sei. Sem sentido, jamais. Apenas dê importância aquilo que você quer, siga seu coração.
Basta para me deixar feliz por você.

Amo, mesmo que seja difícil de acreditarem, eu amo sim e você sabe.

De Beta Nate.
Para Bia Adami.


Eu gosto da minha bagunça. Gosto do sabor do caos me rodeando.
Quero mais é as coisas espalhadas, meu espaço amontoado de letras, números, livros e solidão.
A verdade é que todo ser sensível à algo é solitário. Pode estar erodeado de muitos, mas sempre vai sentir falta do algo mais. Algo mais que não vem, que não virá.
E isso de fato não me incomoda, mas a mesmice sim ela cutuca até enlouquecer.
Até me deixar completamente insuportável e tão áspera quanto pedra.
Dores mundanas só me atingem quando estou assim, vulnerável, cansada e sem saída.
A verdade é que estou com saudades da rotina que eu seguia, mas que me mantinha sempre fazendo alguma coisa diferente, pensando em novas possibilidades e quando me cansava, pelo menos isso eu sentia a exaustão de estar em movimento, servindo à algo que no fim não valerá nada.
Para o túmulo não levamos nem a dignidade que nos pertence. Esquecemos após a morte tudo o que passamos e deixamos para trás coisas que nem nós mesmos conseguimos resolver. Deixamos para os outros problemas, culpas, medos e arrependimentos, quando tudo o que queríamos era ser independente e que ninguém se importasse, pois nós no fim de tudo não nos importamos.
Sinto falta de coisa nova, sinto falta da Fanta&Gut, sinto falta do Tavinho&Katy, sinto falta Dele que pelo menos fazia tudo doer de uma forma tão intensa que eu me sentia pequena, frágil e submissa.
Uma sensação horrível por sinal, mas que eu superei e agora sem ele, eu também a perdi. Ela seguiu em frente, como eu queria, mas seguiu sem mim e mesmo que ela nunca me deixe totalmente para trás eu sinto falta de como era ano passado, bem no início, ou até do meio do ano retrasado para cá, era fácil para nós duas, porém difícil em outros aspectos para mim.
Doa a quem doer, passado não volta, presente é o agora que não é mais, e futuro não existe. Não existe amanhã quando o dia termina, nem quando outro se inicia. É sempre o já, o já que sempre passa, o ontem que se esquece e o amanhã que esperamos eternamente, mas nunca conhecemos.
O tudo bem do final deve estar lá quando eu cruzar a ponte, assim espero. Porque aqui não está, não me sinto completa nem feliz, apenas normal. Apenas assim como pareço. Sou um reflexo do monstro que criei, porque quem sou de verdade já nem lembro e de certo nunca virei a ser.

Beta Nate