E eu não mudaria nada nele, nem seu passado, nem seu futuro, não mudaria seus erros, seus amores antigos, suas orgias, ou farras.

Eu não mudaria nenhum defeito, nenhuma qualidade, não mudaria nem seu hábito de fumar durante as refeições.

Não mudaria seu jeito festeiro, sua pretensão e sua falta de jeito com as crianças.

Não mudaria suas razões para tratar mal certas pessoas, não mudaria suas grosserias sem tamanho, sua falta de responsabilidade.

Não mudaria nem seu passado sujo por drogas, seu vício por sexo, sua loucura por livros.

Não mudaria absolutamente nada, pois o amo assim, cheio de defeitos, qualidades, poréns.

Eu o amo pelo que ele é, da forma que ele é, e eu queria muito que o mundo o amasse e o conhecesse da mesma forma.

Por trás daquela pose de Canalha, mulherengo, por trás daquela figura de garoto errado, rebelde sem causa, se esconde um menino, um menino pelo qual eu me apaixonei, um menino pelo qual eu daria minha vida e confio cada célula do meu corpo.

Eu o amo da forma que ele é, desde o fim até o começo e o aceito assim.

Porque para mim, Luís Otávio, Tavinho, seja lá como costumam chamá-lo, não é nem metade do homem que se mostrava por de trás daquele diário, não é nem metade daquilo que o mundo enxergava, do que eu decifrei.

Katy Caputt

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Um diário, um amor, duas vidas... A mudança.

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Parte I

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