E eu quero uma nova forma de encarar todo esse martírio.

Quero buscar novas alternativas para sanar o sofrimento.

Encobrir as feridas e esquecer do coração.

Quero chegar ao ponto mais frio que eu puder.

Mesmo que isso doa nos outros, não me importo mais.

Cansei de cuidar de todos, querer o bem de todos e me ferir com isso.

Quero me quebrar de tão gélida, quero ser completamente anestesiada e fatalmente congelada por toda a insensibilidade que o gelo possa me trazer.

Quero a dor violenta das agulhas frias me atravessando a carne e dilacerando o coração.

Quero esse transplante a sangue frio, quero sentir cada minuto daquela dor, cada pequena e agonizante sensação.

E quero esse sofrimento milímetro por milímetro, pelo simples fato de quando eu pensar em ceder aos impulsos calorosos de uma paixão eu lembre o quanto doeu me tornar tudo o que me tornei e o quanto seria penoso passar por tudo isso novamente.