E hoje eu li um livro muito intenso. A continuação de uma série que eu não lia a algum tempo.

De qualquer forma foi tão intenso como vivenciar cada palavra daquele livro. Cada sentimento da personagem me invadia de forma devastadora, de como se eu estivesse presa àquilo de tal forma que não pudesse sob nenhuma hipótese me soltar.

A ficção costuma fazer muito isso comigo, me aprisionar e de lá nem reluto em sair. A ficção por mais fascinante pareça para alguns se torna real e agonizante para mim.

A verdade é que eu deixei de sentir muitas coisas em realidade e passei a me identificar com as palavras de livros novos, velhos, em bom estado, ou aqueles que se desfazem a cada página lida.

Cansada de sensações que me pesam, me culpam, ou que me pressionam em realidade, busquei um refúgio que eu ignorei a muito tempo e agora por mais exausta e devastada que esteja com a história de final inconclusivo, me sinto mais eu e menos de todos.

Talvez por isso, para todos que me cercam, hoje não seja um bom dia para o diálogo passivo.

Beta Nate