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segunda-feira, 19 de setembro de 2011


Andei pensando coisas sobre amor, essa palavra sagrada.
O que mais me deteve, do que pensei, era assim: a perda do amor é igual à perda da morte.
Só que dói mais.
Quando morre alguém que você ama, você se dói inteiro mas a morte é inevitável, portanto normal.
Quando você perde alguém que você ama, e esse amor - essa pessoa - continua vivo, há então uma morte anormal.
O NUNCA MAIS de não ter quem se ama torna-se tão irremediável quanto não ter NUNCA MAIS quem morreu.
E dói mais fundo- porque se poderia ter, já que está vivo.

Caio Fernando Abreu

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